Algumas situações de saúde – tais como disfagia (dificuldade de engolir), cirurgias, câncer, alzheimer, entre outras – podem dificultar a alimentação e comprometer o estado nutricional. Nesses casos, a alimentação enteral é necessária, mas essa indicação costuma assustar o paciente e sua família.
A falta de conhecimento no assunto é o principal motivo desse receio, mas na verdade a alimentação enteral não é complicada!
Uma pessoa normalmente se alimenta pela boca, e o alimento é mastigado e passa pelo estomago e intestino pra ser digerido e absorvido. Nos alimentos como as carnes, frutas, cereais, leguminosas e gorduras, encontramos os grandes nutrientes que são os carboidratos, as proteínas e as lipídeos, assim como os micronutrientes, que são as vitaminas e minerais, e, também as fibras.
No paciente com alimentação enteral, todos esses nutrientes são oferecidos também, porém de forma liquida ou em pó. Isto porque temos disponíveis dietas prontas para o consumo, com diferentes composições e destinadas as mais variadas situações. Por exemplo, para manter o peso ou para ganhar peso, para diabéticos, para pacientes constipados ou com diarréias, e por ai vai. Cada dieta já vem com as quantidades de macro e micronutrientes determinadas sendo necessário apenas determinar a quantidade/volume da dieta que o paciente vai precisar receber por dia para atingir suas necessidades nutricionais.
A diferença da alimentação oral, é que essa dieta não vai passar pela boca! A dieta enteral precisa de um tubo flexível, que normalmente é colocado do nariz até o estomago (sonda enteral) ou colocado direto no estômago (gastrostomia) ou no intestino (jejunostomia) através de uma cirurgia bem simples. Sendo assim, os alimentos não são mastigados, ou seja, eles são oferecidos já no ponto de serem digeridos e absorvidos.
A composição da alimentação, assim com a escolha da dieta é feita pelo nutricionista, é ele inclusive que vai orientar qual o volume (quantidade de dieta) que deve ser utilizado todo dia, assim como os melhores horários para oferecer a dieta respeitando a tolerância do paciente.
O papel do paciente e da família é estar atento a todas as orientações passadas e perguntar sempre que tiverem dúvidas. Cabe ao paciente/família/cuidador o porcionamento, armazenamento e administração da dieta. E vale lembrar que cuidados com higiene e limpeza são fundamentais independente do tipo de alimentação, porém no manejo da alimentação enteral esse cuidado deve ser redobrado.