Sabe-se que o tratamento de lesão por pressão (LPP) necessita de uma visão abrangente de toda equipe multidisciplinar. O estado nutricional é um dos fatores de risco mais importantes associados ao desenvolvimento e gravidade da LPP. Sendo assim, uma intervenção nutricional adequada e específica a esses pacientes se mostra como uma abordagem com custo efetividade positiva.
Os cuidados nutricionais para esse grupo precisam ser específicos, visto que eles apresentam, além de necessidades nutricionais aumentadas para a formação de novos tecidos, tem a necessidade de controle da glicemia, da doença vascular, da hipertensão, entre outros fatores sistêmicos, por isso o cuidado aliado a enfermagem e nutrição é tão benéfico ao paciente.
O controle da glicemia apresenta graves riscos ao paciente com lesão, pois quando alterada a 185mg/dl aumenta em até 5,7 vezes o risco de infecção hospitalar; bastam 02 horas de glicemia acima de 220mg/dl para parar o processo cicatricial e ainda a hiperglicemia reduz a captação de vitamina C pelas células, nutriente este, envolvido na cicatrização. Logo, quando há interação entre enfermagem e nutrição, podem-se tomar medidas que irão contribuir para um controle glicêmico adequado, um ajuste no aporte dos carboidratos, um suplemento com o carboidrato ideal ao paciente diabético, com presença ou não de sacarose, seriam fatores determinantes nesse momento do tratamento.
A nutrição também precisa da visão da enfermagem sobre o leito da ferida, dimensão, profundidade, exsudato, para que sua conduta contenha ajustes com quantidade e volume dos nutrientes necessários em cada fase da lesão.
O mais desafiador é que a equipe esteja com ações interprofissionais e que a visão do paciente seja o mais global e integral possível, facilitando assim até a avaliação de prevenção para aqueles pacientes do grupo de risco para LPP. Como os enfermeiros são os profissionais com maior contato com os pacientes, eles são fundamentais para identificação e suporte nesse tratamento, associando a uma boa nutrição e hidratação destes pacientes.
REFERÊNCIAS
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